Introdução


Durante os três primeiros bimestres letivos de 2008, nós, alunos do 1º Ano do Ensino Médio do Colégio Claretiano desenvolvemos uma pesquisa referente às drogas e o posicionamento da sociedade, sobretudo dos jovens, perante elas. Iniciava-se, portanto, o projeto Drogas X Saúde. Sob a supervisão da Profª Jandanilce Rosin e da psicóloga e psicanalista Renata Tasca, desenvolvemos um trabalho conjunto durante todo o ano letivo, no qual pudemos visitar a Casa de Saúde Bezerra de Menezes, onde melhor conhecemos a realidade daqueles que conviveram ou ainda convivem com as drogas. Além desta, outras oportunidades para a compreensão do assunto nos foram proporcionadas, como palestras voltadas para assuntos específicos relacionados às drogas na sociedade atual, sempre com a participação de inúmeros especialistas no tema em questão.
Em seguida, nos dividimos em grupos para cada qual realizar uma pesquisa centrada em um determinado ponto. A partir desta, nos aprofundamos no assunto em questão e após a entrega dos trabalhos escritos, realizamos um debate para conclusão do projeto. Com a participação de especialistas no assunto, cada grupo pôde expor seus trabalhos em apresentações de imagens, vídeos e matérias para formar a base de uma discussão, no qual tanto especialistas quanto coordenadores do projeto levantaram idéias e responderam à nossas dúvidas sobre drogas.
A idéia da formação de um blog surge, portanto, para sintetizar todo o projeto desenvolvido pelo 1º Ano, juntamente com a Profª Jandanilce e com a psicóloga Renata. Neste, vocês poderão encontrar os tópicos de maior relevância sobre o assunto, imagens e vídeos dos próprios alunos. O blog “Drogas X Saúde” vem com a importância de divulgar parte do que nós pudemos aprender com todo o conteúdo proporcionado. Esperamos que vocês possam apreciar e levar as idéias contidas aqui adiante, afinal a vida deve ser sempre valorizada. Nosso agradecimento.

Drogas: Definição



Intitula-se “droga” qualquer substância ou ingrediente utilizado em laboratórios, farmácias, tinturarias, etc., desde um pequeno comprimido para aliviar uma dor de cabeça ou até mesmo uma inflamação, é uma droga. Contudo, o termo é comumente empregado a produtos alucinógenos ou qualquer outra substância tóxica que leva à dependência como o cigarro, e o álcool, que por sua vez têm sido sinônimo de entorpecente. As drogas psicoativas são substâncias naturais ou sintéticas que ao serem penetradas no organismo humano, independente da forma (ingerida, injetada, inalada ou absorvida pela pele), entram na corrente sanguínea e atingem o cérebro alterando todo seu equilíbrio, podendo levar o usuário a reações agressivas.


Evolução negativa em usuária de drogas.

Amy Winehouse, cantora. Envolvimento com drogas transformou-a drasticamente.

O Álcool


O principal agente do álcool é o etanol (álcool etílico). O consumo do álcool é antigo, bebidas como vinho e cerveja possuíam conteúdo alcoólico baixo, uma vez que passavam pelo processo de fermentação. Outros tipos de bebidas alcoólicas apareceram depois, com o processo de destilação.
.
O rum pode apresentar até 95% de álcool em sua constituição.

Apesar de o álcool possuir grande aceitação social e seu consumo ser estimulado pela sociedade, este é uma droga psicotrópica que atua no sistema nervoso central, podendo causar dependência e mudança no comportamento. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 80,5% dos adolescentes entram em contato com bebidas alcoólicas pelo menos uma vez na vida. Especialistas acreditam que uma das causas desse consumo precoce seja por influência da mídia, por mostrar uma imagem deturpada desse produto em propagandas e comerciais. Disfarçado em um rótulo inofensivo, adolescentes consumem bebidas mais facilmente. Além disso, a droga tem a vantagem de ser lícita (ou seja, é permitido sua venda e consumo, assim como no caso do cigarro).


Quando consumido em excesso, o álcool é visto como um problema de saúde, pois este excesso está inteiramente ligado a acidentes de trânsito, violência e alcoolismo (quadro de dependência).
Visão de um alcoolizado.

Os efeitos do álcool são percebidos em dois períodos, um que estimula e outro que deprime. No primeiro período pode ocorrer euforia e desinibição. Já no segundo momento ocorre descontrole, falta de coordenação motora e sono. Os efeitos agudos do consumo do álcool são sentidos em órgãos como o fígado, coração, vasos e estômago, causando problemas como oclusão vascular e cirrose hepática. Se o vício em álcool é aliado ao vício em cigarro, o risco do usuário adquirir câncer aumenta.

Em caso de suspensão do consumo da droga, pode ocorrer também a síndrome da abstinência, caracterizada por confusão mental, visões, ansiedade, tremores e convulsões.
Contudo, o álcool pode tornar-se benéfico em outros casos. O vinho tinto, por exemplo, quando consumido com moderação, auxilia na prevenção de doenças cardiovasculares por meio de sua ação antioxidante.
Entre os aliados na batalha do alcoólico contra a droga estão o CAPSAD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), a Casa de Saúde Bezerra de Menezes (visitada pelos alunos do projeto), a Casa Dia (Casa de Apoio ao Drogado e Alcoólatra) e o AA (Alcoólicos Anônimos). Todos possuem localização em Rio Claro.


Álcool e Legislação

A lei de tolerância zero ao álcool, sancionada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva em 19 de junho de 2008, prevê multas para condutores que apresentarem 0,2 g de álcool por litro de sangue no valor de R$955. O motorista também poderá ser punido com a suspensão da carteira de habilitação por um ano.
A venda de bebidas alcoólicas e aos adolescentes menores de 18 aos também é expressamente proibida. O Estatuto da Criança e do Adolescente também estabeleceu restrições para publicações destinadas ao público adolescente, que não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições.

Bafômetro


É importante para a segurança pública que motoristas embriagados sejam retirados das ruas. Das 42 mil mortes no trânsito ocorridas nos Estados Unidos em 1999, cerca de 38% estavam relacionadas com o álcool. No Brasil, mais de 36 mil pessoas morreram, em 2006, vítimas de acidentes de trânsito no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas (Abead), em 61% dos acidentes o condutor havia ingerido bebida alcoólica.
Os motoristas que conseguem passar nos testes de sobriedade feitos no acostamento, conseguindo tocar o próprio nariz ou caminhar em linha reta, podem estar mesmo assim quebrando o limite legal de álcool no sangue e serem um risco na estrada. Assim, os policiais usam algumas novas tecnologias para detectar os níveis de álcool em motoristas suspeitos de embriaguez, tirando-os das ruas.
Muitos policiais em ação dependem de dispositivos de testagem de álcool (o bafômetro é um deles) para determinar a concentração de álcool no sangue de motoristas suspeitos.
O bafômetro pode ser uma opção para motoristas não saírem bêbado selas ruas. Contudo, o que é realmente válido é o fato de não colocarem sua própria vida em risco, assim como a de outros inocentes.

O Cigarro


O cigarro é uma pequena porção de tabaco seco e picado, enrolado em papel fino. Em alguns cigarros, encontra-se o sistema de filtro, geralmente de esponja e papel. Sua industrialização iniciou-se em meados do século dezenove e se estendeu largamente desde então, tornando-se um dos produtos mais vendidos e consumidos do mundo. Contudo, a fabricação do cigarro envolve a adição de cerca de cinco mil substâncias químicas, como acetona, butano, monóxido de carbono, nicotina e alcatrão.

O cigarro já representa uma séria ameaça nos segundos inicias da primeira tragada. Segundo estudiosos, cerca de 10% dos fumantes que colocam o primeiro cigarro na boca já apresentam reações significativas no organismo que provocam a dependência por um período de até dois dias depois.
A nicotina presente em um só cigarro consegue aumentar a produção de hormônios receptores no lobo frontal do cérebro, no hipocampo e no cerebelo que envolve a memória em longo prazo. Dessa forma, dois dias após ter fumado um único cigarro um indivíduo passa a ter necessidades da droga no organismo. A manifestação da dependência à droga ocorre por causa das adaptações que o organismo faz para recebê-la na busca por manter seu equilíbrio químico e funcional.
.
Substâncias encontradas no cigarro.
.
Com o decorrer do tempo, as pessoas tendem a necessitar de um novo cigarro em um curto período, ou seja, em um prazo de duas horas o organismo já deixa o indivíduo inquieto, irritado e ansioso fazendo com que busque a calmaria no cigarro.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, existem hoje cerca de 1,1 bilhões de fumantes. Dessa população de fumantes, 73% estão em países subdesenvolvidos. Um número realmente preocupante. E é exatamente por esse motivo que o cigarro torna-se o maior problema da saúde pública mundial.
Para efeitos de comparação, analisemos os casos de doenças cardiovasculares e o câncer de pulmão. Ambos são causas de grande número de mortes no Brasil. Apenas 6,7% dos casos de câncer de pulmão não estão relacionados direta ou indiretamente ao cigarro. Além disso, o próprio cigarro pode ser causa de outros problemas, como câncer de mama, deficiência auditiva, deficiência em fetos, asma, falha na memória, diabetes, depressão, entre outros.
Tem-se também os fumantes passivos, que por compartilharem o espaço que vivem com fumantes ativos (que praticam o ato de fumar), inalam a fumaça produzida e acabam sendo prejudicados também.

Pulmão de fumante e de não-fumante, respectivamente.

No entanto, uma dúvida é comum a todos. Por qual motivo as pessoas fumam? O ato de fumar é uma opção, que aparentemente, reduz a ansiedade e auxilia as pessoas a se socializarem. A fumaça do cigarro causa sensações desagradáveis no início, mas assim que a pessoa se vicia, o cigarro se torna uma necessidade. Existem casos absurdos, por exemplo, de pessoas que escolhem fumar para emagrecer, o que, na realidade, é um grande equívoco.
Além destes fatores, a mídia também exerce forte influência. No entanto, os comerciais de cigarro foram banidos da mídia e dos outdoors em várias partes do mundo, com o objetivo de evitar o estímulo ao fumo, vício considerado uma das maiores causas da mortalidade humana. O cigarro, que já esteve associado à imagem de sensualidade, poder e rebeldia, voltou a estar presente, e de forma cada vez mais freqüente, nas cenas de filmes contemporâneos. Desde a década de 1950, o cinema não mostrava tantas cenas com atores fumando. A conseqüência disso é o fato de adolescentes cada vez mais incentivados a dar a primeira tragada. Assista abaixo à uma antiga propaganda do Cigarro Dallas vinculada na televisão.

Antiga proganda de cigarro.

Algumas dicas para um fumante largar o vício podem ser úteis. Entre elas, exercícios aeróbicos, auxílio de amigos, estar preparado para armadilhas (como pessoas oferecendo), fugir da rotina, etc.
Entre as instituições que auxiliam na cura do vício, está a AAESP (Associação Antialcoólica do Estado de São Paulo) e a APADD (Associação de Prevenção e Assistência aos Dependentes de Drogas). Para banir totalmente o fumo de nossa sociedade, no entanto, ações drásticas devem ser tomadas, como a proibição de fumo de tabaco em locais públicos e de trabalho, aumento do preço de maços de cigarro, campanhas de informações eficazes, etc. Assista abaixo a um vídeo governamental contra o cigarro recentemente vinculada na mídia e sob o vídeo, veja exemplos de imagens inseridas atrás de embalagens de cigarros com efeito de conscientização.



Deixar de fumar, contudo, não é fácil. Segundo pesquisas, somente 3% dos fumantes conseguem abandonar o vício e o restante pode até conseguir parar durante um período, mas após esse volta a fumar. Acredita-se que a melhor forma para abandonar o vício é deixá-lo de uma só vez e não gradualmente como muitos fazem. Contudo, a melhor saída é prevenir o uso. Uma vez que um cigarro esteja na sua boca, maior será a dificuldade em retirá-lo.

Imagens criadas pelos alunos.

Outras Drogas

Maconha


Cannabis, vegetal do qual se obtem a maconha.


Outros Nomes: Chamon, Charro, Chocolate, Erva, Ganza, Hax, Hash, Liamba.

Efeitos Momentâneos: Em algumas pessoas pode provocar euforia e hilaridade, em outras causa sonolência ou diminuição da tensão. Podem surgir também os efeitos de ilusões, delírios e alucinações. Ocorre também uma perda da noção de tempo e espaço e diminuição da memória. Quanto aos efeitos psíquicos crônicos não existem certezas somente suposições. Possivelmente, ocorra a chamada Síndrome Amotivacional, em que as pessoas perdem o interesse pelos objetivos comuns, em prol do uso da droga do seu uso. A chamada "perda de motivação", fenômeno que torna a pessoa apática, por exemplo, para o estudo e o trabalho - gerando dependência psicológica. Seus principais efeitos são: relaxamento, perda da noção de tempo, retardo dos reflexos, amnésia de fatos recentes, boca seca e a famosa "larica" (gíria para descrever a fome intensa), olhos vermelhos e perda de neurônios.

Efeitos a Longo Prazo: A diminuição do hormônio sexual masculino e conseqüentemente infertilidade pode ser um dos efeitos crônicos do uso da maconha. Não existem comprovações, mas possivelmente a maconha pode provocar também câncer de pulmão, pois contém níveis de benzopirenos semelhantes ao do tabaco. O uso prolongado provoca redução das defesas imunológicas do organismo.

Tolerância e Dependência: A tolerância ocorre apenas em grandes usuários e a dependência também reduzida.

Síndrome de Abstinência: A síndrome de abstinência é leve e pode manifestar-se através de ansiedade, irritação, transpiração, tremores ou dores musculares.

Usuario consumindo maconha.

LSD (Dietilamida Ácido Lisérgico)

O papel perfurado, depois de mergulhado em uma solução de LSD, como ilustrado acima, é uma das formas mais populares de uso da droga.
.
Outros Nomes: Ácido, Pills, Trips, Doce, Gota, Papel.

Consumo: Via oral, injeção ou inalação, e se apresenta em forma de barras, cápsulas, tiras de gelatina e líquida; seus efeitos duram de oito a doze horas.

Efeitos Momentâneos: Alucinógenos como LSD fazem as emoções oscilarem descontroladamente causando sensações irreais e às vezes assustadoras. O usuário sente-se desconectado do próprio corpo (experiência de quase morte), às vezes, tendo sensações aterradoras. O usuário adquire sensibilidade sensorial, torna-se confuso e com pensamento desordenado. Nota-se também a perda do controle emocional, euforia alternada com angústia e dificuldade de concentração. Entre seus efeitos momentâneos físicos, observam-se pupilas dilatadas, suores, tremores, alterações de comportamento, aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial, aumento da temperatura, náuseas e vômitos. As "viagens" proporcionadas podem levar ao coma, parada cardiorrespiratória e ao suicídio.


Comparação do tamanho de um papel de LSD ao de um fósforo.

Efeitos a Longo Prazo: Podem ocorrer episódios psicóticos (flashback), algum tempo após o uso da droga. Outras complicações também são observadas, como depressão respiratória e batimentos cardíacos anormais.

É válido destacar que os efeitos do LSD dependem do ambiente, da qualidade da droga e da personalidade da pessoa. O LSD é mais usado por adolescentes e jovens, com o intuito de ter visões e sensações novas e coloridas, pois as formas, cheiros, cores e situações se modificam, levando a pessoa a criar ilusões e delírios, como por exemplo, paredes que escorregam, mania de grandeza e perseguição.

Cocaína (benzoilmetilecgonina)

Pó de cocaína.

Outros Nomes: Branca, Branquinha, Coca, Gulosa, Neve, Snow, Pó.

Efeitos Momentâneos: Hiperatividade, falta de sono e de fome, euforia (excesso de alegria, de entusiasmo) descontrolada, secreções no nariz e boca amarga. A cocaína é a droga mais utilizada pelos usuários de drogas injetáveis.

Efeitos a Longo Prazo: Emagrecimento profundo, insônia, sangramento do nariz e corisa persistente, lesão da mucosa nasal e tecidos nasais, podendo inclusive causar perfuração do septo. Doses elevadas consumidas regularmente também causam palidez, suor frio, desmaios, convulsões e parada respiratória. No cérebro, a cocaína afeta especialmente as áreas motoras, produzindo agitação intensa. A ação da cocaína no corpo é poderosa, porém breve, durando cerca de meia hora, já que a droga é rapidamente metabolizada pelo organismo. Interagindo com os neurotransmissores, tornam imprecisas as mensagens entre os neurônios.

Tolerância e Dependência: A cocaína não produz dependência física, no entanto, é a droga com maior potencial de dependência psicológica (razão pela qual a chamam de “gulosa”). A curta duração de seus efeitos induz facilmente ao consumo compulsivo.

Síndrome de Abstinência: Não apresenta sinais físicos típicos, mas tem alterações psicológicas notáveis: hiper-sonolência, apatia, depressão, ideação suicida, ansiedade, agitação, irritabilidade, confusão, surtos psicóticos e intenso desejo de consumo.

Anúncio à Coca-Cola com cocaína.

Aliados Contra as Drogas

As pessoas que são usuárias de drogas raramente conseguem se livrar dos vícios sozinhas ou não se interessam em encontrar a cura.
tratamento da dependência química é um processo que conta com várias ações: psicoterapia, medicamento, internação etc. Entretanto não são todas as pessoas que necessitam de todas as ações. O tratamento deve ser individualizado, ou seja, ele deve ser projetado de acordo com as necessidades do paciente e da família. Tratamento do tipo "pacotes", nos quais todos os pacientes passam pelas mesmas ações invariavelmente e independentes da substância que usam, dos problemas que têm, ou da gravidade da dependência podem funcionar para um subgrupo de pessoas, mas não para todas
Não existe um tratamento único que atenda a todos os dependentes químicos. O terapeuta deve avaliar cuidadosamente cada caso, discutir com o jovem e com a família o plano de tratamento mais adequado. Alguns precisarão tomar medicamentos, outros não. A grande maioria não precisa ser internada, mas alguns precisam.
Outros terão como indicação uma psicoterapia, ou terapia familiar, assim por diante. Só o terapeuta pode discutir com o cliente qual é a melhor opção para ele.
Existem algumas instituições para esses fins como:
- Centro de saúde Bezerra de Menezes – Rio Claro – SP
- Casa Dia - Casa de Apoio ao Drogado e Alcoólatra - Rio Claro - SP
- CAPSAD - Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas - Rio Claro - SP
- Clínica Antonio Luiz Sayão – Araras- SP

Drogas e Legislação

O regime legal das drogas, em termos de prevenção e repressão, é disciplinado pela Lei nº 6.638, de 21 de outubro de 1976.

- Porte de droga.
É crime guardar ou trazer consigo droga para uso próprio (pena de seis meses a dois anos de detenção, art.16).

- Tráfico de droga.
É crime vender, entregar, produzir ou fabricar droga (pena de três a quinze anos de reclusão, art. 12). Veja a jurisprudência: “Crime contra a saúde pública. Tráfico de entorpecentes (Lei 6.368/76, art. 12). Agente que não nega a posse da droga apreendida, mas alega que serviu de “laranja” – Depoimentos de policiais que efetuaram a prisão em flagrante. Desclassificação para uso próprio (Lei 6.368/76, art. 16). Inviabilidade. Condenação mantida. Recurso não provido. Deve ser mantida a condenação nas penas do art. 12, da Lei 6.368, quando apreendida ponderável quantidade de maconha – 975 gramas-, em poder do agente, que alegando, contudo que serviu de “laranja” para real destinatário, em troca de pequena quantidade, que iria rachar com irmãos e amigos. Comete o crime previsto no art. 12 da Lei 6.368/76, quem, voluntariamente, traz consigo substância entorpecente e fornece a terceiro, ainda que gratuitamente. ”(Ap. Crim. 2001.005798-0, de Lages. Rel. Des. Irineu João da Silva, TJSC).

- Uso de droga.
A lei não pune o uso de droga. Aquele que é flagrado apenas sob o efeito da droga, sem a apreensão de quantidade alguma da substância, não pode ser processado criminalmente. Para isso, é necessária a apreensão de alguma quantidade de droga com a pessoa.

- Dependência da droga.
É isento de pena o dependente de droga que praticar crime sob o efeito da droga (art. 19). O fato de o indivíduo ser usuário de drogas não implica, necessariamente, que o mesmo seja dependente. Por isso, faz-se necessário conceituar que: dependente é aquele que precisa, necessariamente, da droga para sobreviver, faz da droga seu único objetivo, não tendo interesse por nenhuma outra atividade. Nestes casos, as alterações físicas são evidentes; são os chamados toxicômanos; usuário é aquele que utiliza substâncias ilícitas habitualmente por diversão, refúgio ou influência. “Basta que, em razão da dependência ou sob o efeito de drogas(s), o agente, ao tempo da ação, ou tivesse suprimida a capacidade de entender o caráter ilícito do fato, ou que não fosse capaz de determinar-se de acordo com o seu entendimento, de forma que a inimputabilidade pode decorrer da incapacidade de entendimento ou da incapacidade de subordinar a vontade ao mandamento legal. É de observar-se que o reconhecimento da inimputabilidade do réu conduz o juiz à decretação de sua absolvição.

- Quantidade de droga.
Não é a quantidade de droga apreendida que estabelece o enquadramento legal da conduta criminosa como tráfico ou porte de droga. O que importa é a destinação que a pessoa pretende dar ao produto: se for para uso próprio, é porte; se for para terceiros, é tráfico. Portanto, é perfeitamente possível que alguém seja condenado por tráfico de 100 gramas de maconha, porque vendeu a terceiros. Por outro lado, alguém pode ser condenado por porte de 200 gramas de maconha, se for comprovado que a droga era para seu uso pessoal. A determinação legal do que é droga compete ao Ministério da Saúde, que define quais substâncias devem ser enquadradas no conceito de droga ilícita.

Drogas e Jovens

Nas escolas, diariamente são feitas palestras, lembretes e distribuição de panfletos, alertando os jovens de hoje sobre o uso d drogas. Mas parece que de certo modo, não adianta. Quando vamos a festas e shows, continuamos a ver uma enorme quantidade de adolescentes fumando e bebendo. Mas se o mundo está tão cheio de informação, como os jovens entram neste mundo?
Alguns pensam que a adolescência é feita apenas de alegria, mas quando estamos nessa fase, passamos por muitas outras situações, e é então que percebemos que o mundo é feito de escolhas.
As amizades são muito importantes, pois nesta fase, damos valor à opinião dos outros em detrimentos à dos nossos pais e essa influência é essencialmente forte. Jovens usam drogas para mostrarem-se superiores e descolados e geralmente são influenciados por um amigo, que sendo usuário de drogas, insiste que as experimente. Temendo recusá-la para não exibir a imagem de medroso, o jovem acaba aceitando-a sem tomar ciência das conseqüências futuras.
Brigas com a família em casa, notas ruins na escola, brigas com o namorado(a) são frutos das drogas. Alguns chegam ao ponto de vender os pertences pessoais para poder desfrutar do vício.
O jovem, por passar muito tempo fora de casa e conhecer muitas pessoas, está exposto a esse perigo diariamente, e cabe aos pais e a escola passar as informações adequadas para as escolhas certas que o filho terá que fazer.
Engana-se quem pensa que os usos mais abusivos de drogas vêm de periferias e dos jovens com menos condições econômicas, visto que os jornais noticiam freqüentemente casos de jovens ricos, que dirigem drogados e bêbados. A droga pode estar em qualquer lugar, e hoje é muito fácil de ser encontrada. Como se costuma dizer, nunca faltam pessoas nos oferecendo coisas ruins.
Portanto, caso você esteja passando por algum conflito, não busque uma solução nas drogas. No momento em que a droga é usada, ela causa certo prazer, que certamente desaparecerá em minutos. Nos próximos dias, o cigarro e a maconha não irão te satisfazer, e seu corpo exigirá drogas mais poderosas, como a cocaína e o crack. Mais tarde, virão drogas injetáveis, que trazem alto riso de contaminação de AIDS.
Pense na escolha certa. Não use drogas.


Autoria: Marcela Franzoni, Mariana Carvalho, Larissa Jorge, Ana Carolina Camargo, Victória Scussel e Vitória Massini.

Depoimentos de Ex-Usuários

"Faço uso de vários tipos de drogas. Já usei até mesmo o crack, mas como notei que era muito prejudicial parei. Agora uso maconha, LSD, ecstasy, haxixe e às vezes, cocaína misturada com maconha. Todos notaram minha mudança de humor e minha tendência depressiva atual. Além de alguns espasmos, às vezes mexo partes do meu corpo sem estar consciente. Sem contar nas constantes faltas de ar e crises de asma.”

“Sou um alcoólatra. Comecei a beber com 13 anos, mas adquiri o vício com mais ou menos 16 anos. Logo, minha mãe percebeu o vício e tentou me ajudar levando ao AA (Alcoólatras Anônimos). No início, estava com medo. Não sabia com era. Após três meses de tratamento, acreditei estar curado e pensei que já poderia voltar a beber socialmente com amigos. Estava enganado. Tive uma recaída, voltei ao tratamento e descobri que o alcoolismo não tem cura. Tenho 23 anos e já fazem 6 que não bebo bebidas alcoólicas. Hoje, estou com minha família formada, esposa e filha, tenho um emprego, sou voluntário do AA de minha cidade e amo minha vida. Espero que possa ajudar alguém com meu depoimento. Obrigado.”

Todos os nomes presentes abaixo, sem exceção, foram trocados com a finalidade de preservar a identidade dos entrevistados.

Alexandre Costa, 15 anos, afirma ter começado a beber com 14 anos apenas por curiosidade. O adolescente comenta que acredita que os amigos possam ter o influenciado a entrar nesse mundo e ainda ressalta que apesar de não consumir cerveja, costuma beber batidas e vodcas. “Costumo beber em casas noturnas e em casas de amigos” diz. “Já cheguei a ficar bêbado várias vezes. Em uma delas, não me lembrei do que havia feito. Apenas me recordo de ter passado mal. Mas em todas as outras vezes eu me lembro bem.” Alexandre ainda afirma que no dia posterior ao que ficou bêbado, sentiu tontura, dores de cabeça e no estômago mesmo sem se lembrar muito bem do acontecido. “Nunca desmaiei, nem tive passagens pelo hospital” ressalta.

Júlio Rodrigues está com 18 anos e também passou por situações semelhantes à de Alexandre. O jovem costuma beber desde os 15 anos e ressalta que seu primeiro contato com o álcool aconteceu para tornar-se mais sociável com as garotas. Júlio ainda afirma que não recebeu influências, mas sempre teve certa curiosidade em experimentar bebidas alcoólicas. O jovem comenta que costuma ingerir bebidas variadas, como menina veneno, caipirinha, cuba e vinho, em locais como casas noturnas, clubes e até em motéis. “Comecei a beber fora de casa. Lembro que a primeira bebida que coloquei na boca foi mijo de égua (Fanta® com vodca)” afirma . “Minha mãe sempre soube. Ela me diz para não exagerar para não ter que me ver muito bêbado algum dia. Caso contrário, ela até me ameaçou desconsiderar. Sempre penso nela antes de beber muito.” Júlio ainda ressalta que bebe exageradamente durantes as sextas e aos fins-de-semana e nos dias restantes sempre costuma beber em doses menos elevadas. Ainda afirma que nunca desmaiou ou teve que ir até o hospital, mas já passou por situações constrangedoras causadas pelo álcool como entrar em banheiro errado, urinar em si próprio, cumprimentar alguém acreditando ser outra pessoa, envolver-se em brigas, etc.

Depoimento de ex-fumante, atualmente recuperado.

Créditos

O Cigarro
Amanda C. Basso
Ana Cristina B. Marotti
Caroline B. Buoro
Caroline Gomes
Gabriela Carandina
Gabriela W. Carrasco
Eloisa Z. Biscaro
Julia S. Sulatto
Juliana Carron
Mariana B. Ventura
Marina Bellati Küller
Miriã B. Ventura
Nina Fratin
Thiago Wenzel
Vander Cristofoleti


O Álcool
Alex Douglas M. Rodas
Bruna M. Christofoletti
Bruna N. da Silva
Camila P. G. Righetti
Fernanda Schneider
Gabriella C. Vianna
Giovanna C. Jóia
Iago Ortiz
Icaro P. dos Santos
Lívia Lorenzon
Luis Gustavo Custódio
Nathália Christofoletti
Nelson A. V. Neto
Pedro A. Bortolin
Sabrina M. Laustenschleguer
Thomaz Bignotto
Victória Russo


Outras Drogas
Aline Müller
Ana C. B. Camargo
Ana Clara Cicolin
André C. de Almeida
Átila Francielle
Blenda Mattos
Bruno F. Marchi
Danielle S. Carvalho
Diogo H. Sabadin
Evandro N. Silveira
Gabriel H. N. Pinto
Gabriel L. Zaia
Gabriel M. C. Silva
Henrique Pinotti
Henrique Rosin
Larissa R. Jorge
Leonardo R. Müller
Letícia de Paula
Levi H. C. Soares
Lucas Homma
Mateus Malvessi
Mateus S. Sá
Matheus Pascon
Marcela Franzoni
Mariana P. Carvalho
Priscila dos Santos
Rafael Hermes
Raissa C. de Souza
Victória Neves Scussel
Vitória Nonato Massini


Edição de Texto
André Christofoletti de Almeida
Gabriel Mangiapane de Campos Silva
Montagem do Blog
André Christofoletti de Almeida
Gabriel Mangiapane de Campos Silva
Nelson Alves do Valle Neto


Expositores
Bruna Machado Christofoletti
Gabriel Lahr Zaia
Gabriel Mangiapane de Campos Silva
Gabriela de Farias Perezin
Levi Heitor Clemente Soares
Nelson Alves do Valle Neto
Rafael Hermes


Coordenadores do Projeto
Profª Jandanilce Rosin (Química)
Psicóloga Renata Cardoso Tasca